ContraCorrente

Projecto Livreiro Autónomo

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Putin vs Putin

O Enigma Geopolítico

Autor: Aleksandr Dugin

ISBN: 9798329336825

Preço: 15,00 €

Nº de Páginas: 338

Formato: 152x229

Data de Lançamento: 2024-07-12

Estado: Disponível

Capa do Livro

Sinopse

Face ao crescente interesse manifestado em Portugal pela obra de Dugin, proibida em boa parte da Europa, quer seja pela via legislativa, ou pelo silenciamento (como acontece por cá), a Contra-Corrente lança aquele que é já o 4º livro deste autor sob este selo. O livro é essencial para se compreender o novo mundo multipolar, e as dinâmicas que levaram à formação da actual Federação Russa, com análise detalhada desde a queda da URSS, até 2014.

Com extraordinário prefácio de João Franco e diversas notas explicativas que nos trazem aos dias de hoje, e conferem a esta edição a habitual qualidade Contra-Corrente.

“Aleksandr Dugin dá crédito a Putin como o construtor do eurasianismo na Rússia, afastando-se dos seus mentores liberais e atlantistas e recuperando o papel histórico da Rússia, como grande potência terrestre, por oposição aos EUA, a Nova Cartago. Também foi o homem que venceu os pró-ocidentais defensores da hegemonia norte-americana. O eurasianismo já tinha sido defendido por Nursultan Nazarbaev, o primeiro presidente do Cazaquistão. Dentro da Rússia, Putin reduziu os poderes do Conselho Federal, enquanto dividia o país em distritos federais, tendo à sua frente Enviados Plenipotenciários do Presidente da Federação Russa. Este é mais um instrumento de centralização e controlo das entidades que compõem o país. No plano externo, Putin reforçou a Comunidade de Estados Independentes, ajudou a criar a Comunidade Económica Eurasiática e a Organização para a Cooperação de Xangai.

Ao longo do livro, Dugin também refere o seu próprio percurso político, e algumas das suas influências, e a crença de que uma Revolução Conservadora acabará por triunfar na Rússia, enquanto critica o papel de pensadores liberais, como John Stuart Mill, sobre os acontecimentos actuais. Aleksandr Dugin, tendo em mente a ideia de Moscovo enquanto a Terceira Roma e o papel da Mãe Rússia como o bastião da cristandade, defende o conceito de politeia, defendido por Aristóteles, por oposição a uma democracia-liberal, bem como a ideia de uma democracia orgânica, onde o povo desempenha um papel importante na definição da natureza do regime. Claro que a sua ideia de Rússia, não é uma ideia moderna, a ideia de um Estado-Nação, mas sim a ideia de um Império.

Dugin viu a pouco e pouco as ideias do eurasianismo, do tradicionalismo e do antiliberalismo vingarem na Rússia, começando a ser preocupação nas mentes dos decisores políticos de alto escalão. Passos concretos foram tomados para a construção do eurasianismo, tendo a Rússia como potência condutora, mas também para a construção de um mundo multipolar, composto por várias civilizações, em diversos continentes, um pluriverso, de pólo contrário ao universalismo norte-americano, nivelador e de carácter globalista, que deseja uniformizar todo o planeta. Na Rússia, podemos ver os efeitos do trabalho de uma minoria politizada e esclarecida, com Dugin à cabeça, de um labor metapolítico, que influencia o poder e se torna ela mesmo poder, sem se sentar nos lugares de decisão.

O poder das ideias e da guerra cultural já não pode continuar a ser negligenciado. Livros são armas nesta luta titânica e milenar entre duas cosmovisões antagónicas, entre o Mar e a Terra, entre o tradicionalismo e o progressismo, entre os que defendem as pertenças e as raízes e os partidários da ideologia do mesmo, da uniformidade e do nivelamento degradante e redutor.